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Foto do escritorEscola Alegria da Vila

Ciências na Educação Infantil?

Esta é uma pergunta muito comum no meio pedagógico, afinal muitas escolas e profissionais se perguntam “ciências para crianças tão pequenas?”, “qual o objetivo das crianças conhecerem os fenômenos naturais?”“elas são capazes de aprender ciências?”.

Na Alegria da Vila esta dúvida nunca existiu, atividades científicas sempre estiveram presentes no dia a dia, atualmente com o projeto “Steam for Kids” (Science, Technology, engineering, art and math)

e nossas crianças constroem hipóteses, testam e tiram suas conclusões a partir das experiências propostas. Sabrina Dias, no texto abaixo ilustra com muita propriedade o porquê da ciências na educação infantil. Confira:

O despertar da curiosidade científica na Educação Infantil e séries iniciais.

Sabrina Dias A problemática acerca da Ciência na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental há tempos gera polêmicas nos cursos de formação de professores. Afinal, é possível ensinar Ciências para crianças tão pequenas? Qual o objetivo de que as crianças conheçam os fenômenos naturais? As crianças seriam capazes de aprender Ciências?Há mais de dez anos pesquisadores da área, tais como Bizzo (1998) e Fumagalli (1998) discutiam esse impasse quando chegaram à conclusão de que uma alfabetização científica é necessária desde a pequena infância. Porém, para compreender as razões que fundamentam tal afirmação, faz-se necessário pensarmos em três questões fundamentais: a criança, a ciência e o processo de ensino-aprendizagem. No que se refere à criança, é preciso observar que, mesmo na pequena infância, ela já demonstra interesse pelos fenômenos naturais, processos de transformação, experimentação, etc. A criança possui uma curiosidade nata, e mesmo que nós, adultos, não enxerguemos, elas constroem hipóteses para explicar suas próprias indagações acerca da realidade. segundo Fumagalli (1998,pt5 - grifos do autor):


 

Cada vez que escuto que as crianças pequenas não podem aprender ciências, entendo que essa afirmação comporta não somente a incompreensão das características psicológicas do pensamento infantil, mas também a desvalorização da criança como sujeito social. Messe sentido, parece que é esquecido que as crianças não são somente "o futuro" e sim que são "hoje" sujeitos integrantes do corpo social e que, portanto, têm o mesmo direito que os adultos de apropriar-se da cultura elaborada pelo conjunto da sociedade para utilizá-la na explicação e na transformação do mundo que as cerca.


 

Porém, essa concepção de criança ativa, curiosa e competente é relativamente recente, pois, até o movimento escola novista (na década de 1930) pensava-se o contrário,e, ressalta-se, que ainda há modelos educativos que pressupõem que as crianças devam apenas reproduzir os conhecimentos de modo subalterno, ou seja, podando sua curiosidade.

A observação e os questionamentos das crianças são tão frequentes que a curiosidade delas foi transformada na letra de uma música, chamada Oito anos, escrita porDunga e Paula Toller e interpretada por Adriana Calcanhoto A letra da música traz perguntas que frequentemente são feitas pelas crianças. E, embora seu título seja Oito anos, as crianças já são capazes de formulá-las muito antes disso. O que queremos afirmar é que a reflexão sobre Ciências na educação infantil e séries iniciais deve partir da concepção de criança como agente social, ou seja, que não está apartado da vida em sociedade, mas que dela participando e interagindo, faz-se competente e capaz de pensar sobre muitas questões.



Diante das hipóteses dos alunos, que na verdade reproduzem o senso comum, o papel da professora será o de mediar a curiosidade e a experimentação para alcançar uma resposta científica. Para isso, ele poderá conduzir o processo através das etapas de investigação científica:

  1. Levantamento de hipóteses;;

  2. Observação;

  3. Experimentação

  4. Registro;

  5. Conclusão

Messe sentido, busca-se que a curiosidade e a observação, caraterísticas tão presentes na infância moderna, sejam mantidas e passem a construir o que chamamos comportamento investigativo que nada mais é que observar a realidade que o cerca e elaborar perguntas sobre ela, em uma constante atitude reflexiva.Mas ainda poderiam nos indagar, para que crianças tão pequenas precisam ter acesso ao conhecimento científico?Para que desenvolver essa postura investigativa se as crianças já interagem com o mundo que as cerca? Certamente as crianças interagem a todo o momento com a realidade, mas faz-se necessário refletir sobre a qualidade dessa interação uma vez que o acesso à ciência pode possibilitar uma participação ativa e o desenvolvimento do sengo crítico. Consoante Vázquez (1984):As crianças exigem o conhecimento das ciências naturais porque vivem num mundo no qual ocorre uma enorme quantidade de fenômenos naturais para os quais a própria criança deseja encontrar uma explicação: um meio no qual estamos cercados de uma infinidade de produtos da ciência e da tecnologia que a própria criança usa diariamente e sobre os quais se faz inúmeras perguntas, um mundo no qual os meios de informação social a bombardeiam com notícias e conhecimentos, alguns dos quais não são realmente científicos, sendo a maioria supostamente científicos, mas de qualquer forma contendo dados e problemas que amiúde a preocupam e angustiam. ​​ Messe contexto, as crianças formulam diferentes hipóteses que, para elas, explicam determinados fenômenos. Aqui, cabe destacar a importância dessas pressuposições uma vez que se deve partir delas para desafiar a reflexão do aluno. Com base na abordagem construtivista e interacionista do conhecimento, para que as hipóteses prévias sejam modificadas, fazem-se necessárias situações que as coloquem à prova. Por isso, a intencionalidade do professor ao mapear as ideias de seus alunos e planejar situações condizentes com elas, é fundamental para que haja não só um investimento nas interrogações trazidas pelas crianças como uma possibilidade de mudança conceitual. Com base na noção de criança, no processo de ensino-aprendizagem e nas etapas de investigação científica, conclui-se que o ensino de Ciências na educação infantil e séries iniciais não tem como objetivo fazer com que as crianças memorizem conhecimentos ou explicações científicas, mas que construam esse comportamento investigativo, essa atitude questionadora e reflexiva que irá garantir não somente um posterior domínio de conteúdo, como também a formação de um cidadão ativo e indagador. Ou seja, conservar a inquietude infantil que sempre quer saber mais


 

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